Friday Night Lights (5.13) – Always

E como em tudo na vida, o final tem de chegar um dia, e o de Friday Night Lights chegou esta semana. Durante anos sofremos com o possível cancelamento prematuro da série, deixando-nos com um final aberto, esses receios não se confirmaram, e os fiéis fãs da série tiveram o final merecido, vibrante, emocionante, nostálgico, bem construído, e acima de tudo à altura da série e da qualidade que demonstrou ao longo das cinco temporadas. É com um misto de emoções que me despeço da série, por um lado um pesar por saber que irei sentir saudades da série e das suas personagens, por outro lado um prazer enorme por ter a oportunidade de seguir esta série ao longo destas cinco temporadas. Mas falemos então do episódio da despedida, o tão aguardo jogo está aí à porta, o jogo da vida de muitos dos jogadores, o jogo onde tudo se irá decidir, um jogo que pode mudar a vida de muitos. Os rumores continuam, com a proposta que a super team fez, será que o Coach irá ceder e voltar novamente aos Panthers? O futuro de alguns jogadores continua ainda por decidir, com Tinker a liderar o grupo, receando ser este o seu último jogo de futebol.

Mas antes de todas as decisões, é natal logo uma boa altura para reuniões, depois da visita de Tyra, eis que temos outro regresso Matt Saracen, e que regresso. Depois de uma semana em lua-de-mel, Matt resolve pedir a mão de Julie. Embora tivesse gostado de outra solução, não tão repentina e mais realística, acabei por gostar dos momentos que se sucederam ao pedido. O pedido que serviu de desculpa para outro regresso, Landry, num momento importante como este Matt recorre ao amigo de todas as horas. Há ainda um jantar que serviu de pano de fundo para o momento em que Tami desaba, ao ouvir as palavras de compromisso, Tami pede uma oportunidade a Eric. Este fica reticente, mas no fim e como seria de esperar o lado altruísta de Eric fala mais alto. Becky viveu muito tempo num mar de indecisões, desde uma família pouco convencional, uma mãe despreocupada e um pai ausente, a uma paixoneta por Tim, sempre pareceu um pouco perdida. Nesta temporada aproximou-se e muito dos Riggins, e a despedida acabou por ser sentida. Mas acima de tudo parece que Becky demorou mas ganhou maturidade no final, e conseguiu um final feliz ao lado de Luke. Ornette, uma personagem que despertou algum ódio em mim, mas que apesar de tudo conseguiu juntamente com Vince e Eric proporcionar-nos bons momentos.

Vince caiu em si e afastou-se do comportamento algo compulsivo de Ornette, mas numa altura decisiva e crucial para a sua carreira enquanto jogador de futebol, Vince vai ao encontro do pai, oferecendo-lhe o bilhete para o jogo mais importante. Ornette orgulhoso, recusa. Mas como um pai que protege o filho pródigo, Eric entra em acção, deixando de lado todas as diferenças e desavenças entre ambos evidentes nos últimos episódios, fazendo com que Ornette vá ao jogo. Falemos agora de Tim, que parece que finalmente perdoou o irmão e olha para a vida com outros olhos, conseguiu finalmente realizar o seu sonho, construir a casa no seu terreno. Outros finais, Buddy retoma o seu lugar favorito, Jess consegue vingar na carreira de treinadora, Luke segue a carreira militar, Tinker, Vince, Buddy Jr e Billy conseguem o seu lugar na super team. Friday Night Lights despede-se da melhor maneira e com ela também eu me despeço dos reviews da série, uma série que certamente irá deixar muitas saudades. Pretendo ainda publicar um post especial dedicado à série brevemente.

Pérolas televisivas:

  • Texas Forever, desde cedo nos familiarizámos com esta expressão, a expressão que representava acima de tudo a união do povo de Texas e especialmente a de Jason e Tim, e claro numa altura de despedida, de saudosismo a frase não podia faltar.
  • Clear Eyes, Full Hearts, Can’t Lose! Durante os jogos dos Panthers, este era o grito de guerra, com a passagem para os Lions, a expressão foi perdendo protagonismo, mas no final tinha de estar presente. A expressão de Buddy a olhar a frase diz tudo.
  • Landry, depois de praticamente todas as personagens marcantes terem dado ares da sua graça, nem que seja num simples ecrã televisivo, faltava Landry. E a equipa da série não defraudou e trouxe Landry de volta. A sua volta só pecou por ter sido demasiado rápida.
  • Avó de Matt, a par da relação entre Eric e Tami, a relação entre Matt e a avó sempre foi a que mais gostei de presenciar, a sua naturalidade e realismo eram comoventes. E numa altura propícia a isso, Matt e a avó proporcionaram-nos bons momentos.
  • Sequência da jogada final, as expressões de todas as personagens importantes, enquanto a bola sobrevoava o relvado, a música, e no fim a transposição para um futuro onde o anel na mão de Vince responde à pergunta: Did they win?
  • A passagem entre a alegria e agitação nas bancadas, contrastando com o nervosismo e ansiedade que se vivia no balneário, a respiração mais ofegante, a bater do pé, as mãos cruzadas, a fé depositada num jogo.
  • A decisão de avançar 8 meses na série, permitindo assim à série dar o final desejado às personagens sem perder demasiado tempo no seu desenvolvimento, tempo esse fundamental para o desenvolvimento sem demasiada rapidez de outros aspectos importantes.
  • O destaque dado a Matt, sempre foi uma das minhas personagens preferidas, e ver a sua atrapalhação ao pedir Julie em casamento a Taylor, conseguiu arrancar-me alguns sorrisos. Assim como Julie I missed you, Matt Saracen.
  • O final em aberto para Tyra e Tim foi a decisão correcta, uma conversa sincera entre os dois, deixa a dúvida no ar, será que os seus caminhos voltararão a cruzar-se? Cabe a cada um decidir a resposta.
  • A sequência de imagens finais, não é necessário som, as personagens de Friday Night Lights são experts em transmitir as frases através das expressões.
  • A imagem final só podia pertencer a Eric e Tami e claro num campo de futebol.

Friday Night Lights forever! Clear Eyes, Full Hearts, Can’t Lose!

Nota: 10

Originalmente publicado em: Portal de Séries

Sobre Filipa Silva
Comecei esta aventura de escrever já a alguns aninhos atrás ainda no antigo Portal de Séries e a verdade é que o que inicialmente era visto como um pequeno hobbie foi ganhando o seu lugar próprio. A primeira série que tive o privilégio de seguir religiosamente foi MacGyver, e a partir daí muitas outras se seguiram. Para além de MacGyver, séries como Friday Night Lights, Lost, Prison Break e Chuck fazem parte do meu baú de recordações. Atualmente e devido a alguma falta de tempo são poucas as séries que tenho o privilégio de seguir, mas a eterna Grey’s, TVD, OUAT fazem parte das escolhas. Para além das séries e da escrita outra das minhas paixões é o desporto e viajar.

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